Prisão em flagrante
O que é a Prisão em Flagrante?
A prisão em flagrante é um dos institutos mais conhecidos do Direito Penal no Brasil. Ela ocorre quando uma pessoa é detida no exato momento em que está cometendo um crime ou logo após tê-lo praticado.
A finalidade principal dessa modalidade de prisão é:
Impedir a continuidade do delito;
Preservar provas;
Garantir a ordem pública.
Segundo o artigo 301 do Código de Processo Penal (CPP), qualquer pessoa do povo pode e as autoridades policiais e seus agentes devem prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.
O flagrante pode se dar nas seguintes situações:
No momento em que o crime está sendo cometido;
Logo após o cometimento do crime, quando o autor é perseguido;
Imediatamente depois, quando encontrado com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele o autor da infração penal.
Principais Implicações da Prisão em Flagrante
Quando uma pessoa é presa em flagrante, inicia-se um procedimento legal imediato. O conduzido é levado à delegacia para que a autoridade policial lavre o auto de prisão em flagrante.
Nessa etapa, diversos direitos fundamentais devem ser garantidos, como:
Direito ao silêncio;
Direito de ser informado sobre a acusação;
Direito de comunicar-se com a família e com um advogado;
Direito a não ser submetido a constrangimento ilegal ou tortura.
Se essas garantias não forem obedecidas, a prisão em flagrante pode ser considerada ilegal e, portanto, relaxada pela autoridade judicial.
Motivos que Permitem a Prisão em Flagrante e sua Conversão em Preventiva
A prisão em flagrante não é, em regra, definitiva. Após ser realizada, a autoridade policial, o Ministério Público ou o juiz podem converter essa prisão em outras medidas, inclusive em prisão preventiva, que é uma modalidade de prisão cautelar prevista no artigo 312 do CPP.
A conversão para prisão preventiva pode ocorrer quando existem elementos que demonstrem a necessidade de:
Garantir a ordem pública;
Garantir a ordem econômica;
Assegurar a aplicação da lei penal;
Conveniência da instrução criminal.
Exemplos de motivos que autorizam a conversão incluem:
Risco de fuga do investigado;
Ameaça à ordem pública ou à sociedade;
Possibilidade de o acusado interferir nas investigações, destruindo provas ou intimidando testemunhas.
É importante ressaltar que a prisão em flagrante só poderá ser convertida em preventiva caso estejam presentes os requisitos legais e quando não for possível aplicar outras medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica ou o comparecimento periódico em juízo.
Casos de Revisão e Relaxamento da Prisão em Flagrante
O relaxamento da prisão em flagrante ocorre quando há ilegalidade na sua execução. Conforme o artigo 5º, inciso LXV da Constituição Federal:
“A prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária.”
Algumas situações que ensejam o relaxamento:
Prisão sem a devida comunicação ao juiz e à família;
Ausência de flagrância (quando a pessoa não está cometendo o crime ou não há elementos que justifiquem a detenção naquele momento);
Falta de fundamentação válida para a prisão;
Violação de direitos e garantias fundamentais durante a abordagem ou condução.
A revisão da prisão em flagrante pode ser provocada pelo advogado criminalista durante a lavratura do flagrante ou posteriormente, perante a autoridade judiciária, inclusive por meio de habeas corpus.
Importância de um Advogado Criminalista na Lavratura do Flagrante
A presença de um advogado criminalista na delegacia é fundamental desde o primeiro momento do flagrante. Este profissional garante que os direitos do preso sejam respeitados e pode atuar de diversas formas:
Orientando o conduzido sobre o direito ao silêncio e demais garantias constitucionais;
Acompanhando a oitiva para evitar constrangimentos ilegais ou abuso de autoridade;
Verificando a legalidade da prisão e, se necessário, requerendo o relaxamento imediato;
Fazendo constar nos autos qualquer irregularidade, como maus-tratos ou ausência de requisitos legais para o flagrante;
Solicitando a aplicação de medidas alternativas à prisão, conforme previsto no CPP.
Além disso, a atuação do advogado pode ser determinante para a análise da materialidade do crime e da autoria, levantando dúvidas quanto ao envolvimento do preso e pleiteando a liberdade provisória até o julgamento definitivo.
Benefícios de um Advogado Criminalista na Delegacia
A presença do advogado criminalista na delegacia traz inúmeros benefícios para a pessoa presa e sua família:
Assegura que todos os direitos constitucionais do preso sejam respeitados;
Garante uma avaliação técnica e estratégica da situação, possibilitando uma defesa eficaz desde o início do procedimento;
Requer a documentação correta e verifica a regularidade da lavratura do flagrante;
Facilita a comunicação entre o preso e sua família, prestando esclarecimentos e orientações.
Com a assistência de um profissional qualificado, aumentam as chances de que eventuais ilegalidades sejam identificadas de imediato, contribuindo para a proteção da liberdade e dignidade do acusado.
Dr. Felipe Araújo é advogado especializado, reconhecido por sua atuação ética, estratégica e comprometida com os interesses de seus clientes. Com sólida formação jurídica e experiência em consultoria e contencioso, destaca-se pela busca constante por soluções eficazes e personalizadas.


